Após 34 anos sem reformas, o Terminal Urbano de Marília finalmente passa por uma revitalização estrutural, uma conquista viabilizada pelos deputados Dani Alonso (PL-SP) e Capitão Augusto (PL-SP), que destinaram R$ 1,5 milhão em emendas parlamentares para a obra. A modernização do espaço, aprovada em 2023 pelo então prefeito Daniel Alonso, começou nesta semana e tem previsão de conclusão para 27 de março.
A obra era uma reivindicação antiga da população mariliense, que diariamente enfrentava condições precárias, falta de estrutura adequada e problemas de acessibilidade. Com a modernização, o terminal urbano passará a contar com novos banheiros, rampas de acessibilidade, melhoria na iluminação e reorganização dos espaços de embarque e desembarque, garantindo mais segurança e conforto para os usuários do transporte coletivo.
“A nossa cidade viverá um ciclo de obras que projetamos, trabalhamos para buscar recursos e que agora está pronto para sair do papel. Hoje foi dia de visitar dois pontos importantíssimos que vão impactar no crescimento e evolução da nossa cidade. Nosso compromisso com Marília e nosso Estado de São Paulo só está começando!", declarou a deputada Dani Alonso.
Mudanças temporárias causam transtornos e reclamações
Com o fechamento do terminal para obras, a prefeitura de Marília realocou os pontos de embarque e desembarque para ruas próximas, como a Sergipe e Paraíba, além de praças no entorno da Catedral São Bento. Entretanto, essa mudança gerou muitos transtornos para os passageiros, que enfrentam dificuldades para localizar seus pontos e embarcar nos ônibus.
Os passageiros com destino ao campus universitário, bairros Castelo Branco, Cascata, Novo Horizonte, Jardins Califórnia e Cavallari, além do distrito de Dirceu e do Marília Shopping, passaram a embarcar na rua Sergipe, no sentido centro-bairro. Já as linhas que seguem para Altos do Palmital, Cesar Almeida, Jânio Quadros, Maracá, Marina Moretti, Distrito Industrial, Jardim Bandeirantes, Parque das Nações, distrito de Padre Nóbrega e Vila São Paulo operam a partir da rua Paraíba.
No sentido contrário, as novas paradas foram instaladas na calçada do Senac, atendendo passageiros dos bairros Chácara Três Lagoas, Nova Marília (primeiro e segundo grupos), Jardins Marajó e Nacional, além do Teotônio Vilela.
Embora a reestruturação tenha sido planejada, muitos usuários do transporte público relataram falta de informações claras sobre os novos pontos, além de dificuldades no deslocamento até as novas paradas.
"Muita gente perdeu o ônibus porque não sabia para onde correr. Não tem ninguém da prefeitura para orientar, e só descobrimos onde embarcar perguntando para outros passageiros", reclamou uma usuária do transporte coletivo.
Para minimizar os impactos, as empresas de transporte liberaram, de forma excepcional, o embarque pela porta traseira para passageiros que pagam em dinheiro e não possuem o cartão magnético de integração.
Falta de planejamento da gestão Vinicius Camarinha gera revolta
Apesar dos benefícios a longo prazo, a falta de planejamento da atual gestão municipal, comandada pelo prefeito Vinicius Camarinha (PSDB), está gerando revolta entre os usuários do transporte público. Sem uma estratégia eficaz para minimizar os impactos das obras, muitos passageiros estão sendo obrigados a pagar duas passagens, pois precisam desembarcar longe dos pontos de integração.
Além disso, a mudança repentina e a realocação dos pontos para ruas menos movimentadas têm deixado crianças e adolescentes desprotegidos e aumentado os relatos de assédio contra mulheres que precisam pegar ônibus à noite. A falta de policiamento e iluminação adequada nas novas paradas também tem gerado medo entre os usuários.
"O terminal tinha segurança e iluminação. Agora, à noite, tenho que pegar o ônibus em um lugar escuro e deserto. Já vi andarilhos mexendo com mulheres na fila", relatou uma passageira.
